45 URBE | # 02/04 | CORES URBANAS notas 8 “Vitor Ramil: O payador universal”, Medusa, out-nov, 1999. 9 Cf. “O que molda nossas cidades”. In: Zero Hora, Caderno de Cultura, 26/09/2009. Referências CORONA, Ricardo. “Vitor Ramil: O payador universal”. Medusa - Revista de poesia e arte, Curitiba, out-nov, 1999. CUNHA, Luiz Carlos. “O que molda nossas cidades”. Zero Hora, Caderno de Cultura, 26/09/2009. KANITZ, Mônica. “Vitor encontra seu tom”. Jornal do Comércio, 19 nov., 2004. PEREIRA, Beatriz Helena da Rosa. “Isso tudo é apenas o que meu olho inventa”: (um estudo sobre Pequod , de Vitor Ramil). Porto Alegre: Dissertação de Mestrado/ UFRGS, 2001. RAMIL, Vitor. Estrela, Estrela. Rio de Janeiro, Polygram, 1981. ____. “A Paixão de V Segundo ele próprio.” Rio de Janeiro, Som Livre/RBS, Estúdio Sigla, 1984. ____. “Tango.” Rio de Janeiro, Emi-Odeon Brasil, 1987. ____. “A Estética do Frio”. In: FISCHER, Luís Augusto (org.). Nós, os gaúchos. Porto Alegre: Editora da UFRGS, 1992. ____. “À Beça.” Rio de Janeiro, Edição Especial Limitada cedida à revista Capacete, 1995. ____. “Pequod”. Porto Alegre: Artes e Ofícios, 1995. ____. “Ramilonga: A Estética do Frio.” Frumpoart/Satolep Discos. Gravação: Rio de Janeiro, Estúdio CIA. dos Técnicos, 1997. ____. “Tambong.” Satolep Music. Gravação: Buenos Aires, Estúdio Maria Sound/Rio de Janeiro, Estúdios Gorilla e Fibra, 2000 (nas versões em português e espanhol). ____. “Longes.” Satolep Music. Gravação: Buenos Aires, Estúdio Maria Sound / Rio de Janeiro, Estúdio Navitrola, 2004. ____. “A estética do frio: conferência de Genebra.” Porto Alegre: Satolep, 2004. ____. “Satolep.” São Paulo: Cosac Naify, 2008. RAMOS, Paula. “Carlos Scliar: a poética do tempo.” In: Aplauso n.º 28, 2001. RODRIGUES, Luiz Horácio. “Vitor Ramil: o calor da estética do frio”. In: Agulha, Revista de Cultura, #10, Fortaleza – São Paulo, mar., 2001. SOREL, R. “Les cosmogonies grecques.” Paris: Presses Universitaires de France, 1994. PÍNDARO. “Olympique.” Paris: Les Belles Lettres, 1999. Luís Rubira é professor do Departamento de Filosofia da Universidade Federal de Pelotas. Doutor em Filosofia pela Universidade de São Paulo (USP), suas linhas de pesquisa são Nietzsche e a Filosofia Clássica Francesa. Autor dos Ciclos “A filosofia e o cinema político” (2009), “A Filosofia e o cinema religioso” (2010) e “A Filosofia e o cinema psicológico” (2011), também se interessa pela obra e pela estética do frio, de Vitor Ramil, tendo já publicado os seguintes artigos no Jornal Zero Hora: “Longes: o mais perto de Vitor Ramil” (20/11/ 2004) e “No compasso de Satolep Sambatown” (20/10/2007). mados aos dias coloridos da primavera e àqueles cinzentos de inverno, jamais abandonarão o espaço urbano da cida- de, por outro, nas vésperas de completar seus duzentos anos de existência, e após sobreviver ao seu declínio econômico durante o século XX, sua arquitetura está cada vez mais ameaçada pela barbárie. Qual barbárie? A arrogância pe- cuniária dos descendentes que só que- rem viver da renda daquilo que seus an- tepassados construiram; o desprezo de uma elite de novos ricos que não tem mais cultura para valorizar a singulari- dade arquitetônica da cidade (e prefere ver-se fotografada ao lado de prédios históricos na Europa); a especulação imobiliária; a ignorância das classes me- nos favorecidas (alienadas pelos meios de comunicação e por uma deficiente formação educacional); os sucessivos descasos políticos. E, mais atualmente, a onda de pichações criminosas nas zo- nas do patrimônio histórico. Tudo isto contribui para uma destruição ativa dos prédios e ruas da cidade, nas quais ain- da se vê a boa influência da arquitetura do passado europeu. Obras que foram construídas (e que por isto deveriam ser mais valorizadas) com o suor de milha- res de mãos escravas e trabalhadoras. Patrimônio arquitetônico ame- açado pela barbárie, a julgar pelas sucessivas “reformas” e descaracteri- zações das quais Pelotas vem sendo ví- tima (bem como muitas outras cidades “frias” que estão no território da estética do frio), é provável que, no futuro, só nos restem as sombras formadas por edifícios mal projetados. E magníficos prédios em ruínas nos quais os picha- dores disparam os seus sprays. Nas sombras da destruição, as cores já não expressam mais o equilí- brio de uma arte da pintura. Se tudo isso continuar, a antevisão de “Sato- lep em ruínas” será, cada vez, mais uma realidade. Patrimônio arquitetônico ameaçado pela barbárie, a julgar pelas sucessivas ‘reformas’ e descaracterizações das quais Pelotas vem sendo vítima

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