Revista Sesc Arte e Educação 2022
11 Revista Sesc de Arte Educação vol.2 2022 EDUCAÇÃO INFANTIL natureza nos oferece. Ao final do pro- jeto, realizamos a Oficina “Ciranda de Descobertas”, prática do colégio Sesc em Montes Claros que eviden- cia os percursos de aprendizagem das crianças de 2 a 5 anos ao longo do ano. Especialmente neste ano de 2019, a oficina teve um diferencial, porque as crianças não apenas com- partilharam alguns trabalhos artís- ticos desenvolvidos por elas, como também vivenciaram em família, ou seja, fizeram juntos, práticas que fo- ram desenvolvidas durante todo o projeto, como as pinturas com tintas extraídas de elementos naturais e a construção dos desenhos efêmeros. Considerações finais: Os novos caminhos da educação nos mostram uma criança potente, curiosa, que se relaciona com o meio, capaz de criar e que deve ser vista na sua inteireza. Com base nesse argu- mento, é possível pensarmos a par- tir das palavras de Edwards; Gandini e Forman (2016, P.81), que as crian- ças “[...] estão aptas a explorar, fazer descobertas, mudar seus pontos de vista e apaixonar-se por formas e sig- nificados que se transformam” Um ganho significativo desse pro- jeto foi o desenvolvimento relacional da criança com a natureza, conexão essa que precisa começar a existir desde cedo (SESC, 2015). Essa rela- ção favoreceu o respeito e o cuidado com os tesouros que a natureza nos oferece, além de utilizá-los como ma- téria nas produções artísticas. Outro destaque do projeto foi a valorização do brincar com elementos da natu- reza, distanciando assim de práticas consumistas de brinquedos indus- trializados. Pesquisas demonstram que a criança que brinca com ele- mentos naturais desenvolve a criati- vidade e a imaginação. Para Richard Louv (2016), esse contato é extrema- mente libertador, ao passo que a cria- tividade se encontra principalmente na forma com que a criança vivencia a liberdade de explorar por si mesma. As estratégias do projeto eviden- ciaram também o protagonismo docente, uma vez que a professora aprende também em ralação, apri- morando suas práticas e fazendo da pesquisa, da observação e da escuta, estratégias valiosas no cotidiano rico em possibilidades de aprendizagem das crianças. Por fim, outra contri- buição relevante está relacionada à percepção de que a arte está inserida em diversos contextos e as crianças necessitam vivenciar sempre mais experiências diversificadas no sen- tido de criar repertórios, estimular a sensibilidade, percepção das sensa- ções e emoções no sentido de explo- rar, fruir, participar e expressar-se das mais diversas formas pela arte. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS EDWARDS, Carolyn; GANDINII, Lella; FORMAN, George. As cem linguagens das crianças: a abordagem de Reggio Emília na educação da primeira infância. V.1. Tradução: Dayse Batista, revisão técnica: Maria Carmem Silveira Barbosa. Penso: Porto Alegre, 2016. LOUV, Richard. A última criança na natureza: resgatando nossas crianças do transtorno de déficit de natureza. Tradução: Alyne Azuma, Cláudia Belhassof. Aquariana: São Paulo, 2016. PIORSKI, Gandhy. Brinquedos do chão: a natureza, o imaginário e o brincar. Peirópolis: São Paulo, 2016. SESC. Proposta Pedagógica: Educação Infantil. SESC, Departamento Nacional: Rio de Janeiro, 2015.
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