Revista Sesc Arte e Educação 2023

12 Revista Sesc de Arte Educação vol.3 2023 EDUCAÇÃO INFANTIL As cores da cidade Bruna Antunes da Cunha Pedagoga. Especialista em Neuropsicopedagia e Educação Especial Inclusiva. Instrutora Pedagógica da Escola de Educação Infantil Sesc Cachoeirinha. Lisiane Oliveira da Silva Pedagoga e Psicopedagoga. Especialista em Gestão Escolar e em Educação Infantil. Mestranda em Educação pela UERGS. Supervisora Pedagógica da Escola de Educação Infantil Sesc Cachoeirinha. Linguagem artística ou tema: Arte nas ruas e cultura indígena Cidade em que ocorreu a experiência: Cachoeirinha/RS Período: Junho de 2023 Objetivo-geral: Unificar duas investigações a par- tir de um eixo artístico, apresentando um artista da atualidade que possa interagir de maneira significativa com as crianças. Objetivos específicos: Identificar a cultura indígena a partir das referências nos grafites do artista Fábio Gomes; observar as interferências artísticas nas paredes da cidade, promovendo o raciocínio de hipóteses e concepções pessoais de arte (grafite x pichação). Detalhamento da ação: No Sesquinho Cachoeirinha, a turma 4A estava investigando sobre a cultura indígena com a instrutora pedagógica Ariela Siegmann e refor- mulando as concepções de como os povos originários merecem e gosta- riam de serem vistos pela sociedade. Além da investigação do grupo, em paralelo, a instituição escolheu um tema para realizar uma pesquisa com todas as crianças, partindo da pergunta “Como as crianças ocupam a cidade?” Este questionamento pro- vocou um olhar de dentro para fora das paredes da escola, buscando no- vas formas de promover a cidadania das crianças, apesar de serem su- bestimadas como cidadãos potentes na organização dos papéis sociais. Coma iniciativa de vermos as duas investigações caminharem juntas, apresentamos às crianças algumas obras do artista goiano Fábio Gomes, que ficou conhecido mundialmente por suas representações da cultura afro, indígena e fauna brasileira em suas produções de grafite nos muros de sua cidade Trindade/GO. O artista ficou conhecido mundialmente após uma das suas obras ter sido compar- tilhada pela atriz Viola Davis, em suas redes sociais. A partir deste marco, Fábio vem conquistando admirado- res ao redor do mundo enquanto re- verencia a beleza natural brasileira em suas produções. Após a apresentação do artista e suas obras às crianças, realizamos um passeio de campo no entorno da escola, buscando similaridades com a arte de Fábio. As interferên- cias artísticas nas paredes foram destaque de admiração pelas crian- ças. Porém, elas não se prenderam às observações de grafites , mas se atentaram aos detalhes de todas as interferências, incluindo as picha- ções e escritas nos postes, paredes e bancos de praça. A partir da escuta em relação ao que as crianças traziam como leitura das imagens e elementos, realizamos uma sessão com as fotos do passeio para que elas pudessem observar e comparar as imagens umas com as outras, possibilitando um momento reflexivo e conclusivo sobre o tema: “Será que todas as pinturas que vi- mos são arte?” Algumas conclusões das crianças ao compararem duas paredes (grafite x pichação) foram: As duas paredes são parecidas porque as duas têm pintura. (Valentina) Numa parede tem desenho, a outra tá suja de tinta. (Laura) Um tem desenho, o outro só tem letras. (Oliver) Eu gosto mais da pichação porque eu gosto de aprender as letras. (Maria Eduarda) Escute o artigo

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