Revista Sesc Arte e Educação 2023

9 Revista Sesc de Arte Educação vol.3 2023 EDUCAÇÃO INFANTIL integrantes do Grupo de Pesquisa Mirarte. Inicialmente houve uma sensibilização com imagens/foto- grafias, pois acreditamos na potên- cia “edu(vo)cativa” (VALLE, 2018) das imagens e suas possibilidades de diálogo com a aldeia da região de Santa Maria. Por meio disso as crianças puderam ter contato com essa imagem, que relatado por elas, parecia ser distante. Nessas foto- grafias também haviam produções de arte indígena e as pinturas corpo- rais que eles realizam com elemen- tos da natureza. Pensando nesses tensionamen- tos, a oficina realizada com as crian- ças partiu das obras propostas pelo Labinter - eram obras que tratavam sobre questões indígenas das al- deias de Santa Maria, neste ínterim, propomos pintura e experimentação com tintas e elementos naturais. Metodologia Trata-se de uma pesquisa quali- tativa, com abordagem de diário de campo, com o intuito de construir uma dinâmica de acessibilidade para as crianças dialogarem com os te- mas específicos da exposição, prin- cipalmente pensada na valorização da cultura local de povos originários. Sendo assim, as crianças experi- mentaram formas criativas de explo- rar os materiais encontrados na na- tureza. Os materiais utilizados para criação de tintas naturais foram: carvão, temperos, erva-mate, cane- la, café, e outros elementos aromá- ticos. E alguns materiais simularam pincéis, feitos com galhos e folhas de árvores. Para fazer as tintas na- turais, misturamos cola branca com os materiais de pintura já citados an- teriormente. Além disso, é importan- te destacar que as crianças faziam da expansão do repertório cultural e pensamento crítico, portanto, mu- seu é lugar de criança, pois essa visi- tação inspirou, divertiu e emocionou muito o público infantil, que obser- vou e interagiu com as obras. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS GUIMARÃES, Daniela. Educação infantil: espaços e experiências. In: CORSINO, Patrícia (Org.). Educação infantil: cotidiano e políticas. Campinas: Autores Associados, 2009, p. 93-104. SALVA et al. Crianças ocupam a UFSM: traços e encontros com a infância. Editora CLAEC: Foz do Iguaçi, 2023. SANTOS, Nathalia Scheuermann dos; CARVALHO, Rodrigo Saballa de. Arquiteturas efêmeras de jogo e Educação Infantil: diálogos com a arte contemporânea. Revista Apotheke, Florianópolis, v. 5, n. 3, p. 25-41, dez. 2019. Disponível em: https://bit.ly/3PSa5OH. Acesso em: 19/07/2023. SERRES, Michel. Os cinco sentidos: filosofia dos corpos misturados. Rio de Janeiro: Bertand, Brasil, 2001. VALLE, Lutiere Dalla. A potência edu(vo) cativa das imagens fílmicas na (con) formação de gênero: experiências de aprendizagem a partir do cinema. In: FILHO, Flavi Lisboa; SILVA, Thomas Josué. Cultura e Identidade: subjetividades e minorias. Santa Maria, RS: FACOS-UFSM, 2018. associações com situações do seu cotidiano ao sentirem os aromas dos temperos. O processo no qual as crianças foram submetidas vai de encontro à necessidade de estabelecer diálogos com a exposição e o Museu, explo- rando o espaço e permitindo expan- dir o imaginário das crianças sobre o local. Dessa forma, concordamos com Daniela Guimarães (2009, p. 69) ao dizer que “se considerarmos uma criança ativa e exploradora, é preciso pensar um espaço e um educador que dêem apoio aos seus movimen- tos, que incentivem sua autonomia, que contribuam para a diversificação de suas possibilidades”. Considerações Finais: Acreditamos ser de grande im- portância incluirmos as crianças no Museu para fortalecer as relações de ensino e aprendizado para além do ambiente escolar e ocuparmos os espaços públicos através da arte e de projetos educativos. Ao aproxi- marmos o público infantil com espa- ços culturais, podemos diminuir um pouco da barreira social que limita o acesso do grande público a exposi- ções de arte. A oficina artístico-pedagógica foi essencial para tratarmos de uma temática tão emergente que são as questões indígenas, sobretudo, sua aproximação com as infâncias e com o território das artes. Além disso, foi imprescindível oportuni- zar a possibilidade de levar imagens e elementos indígenas para que as crianças pudessem ver, experimen- tar e construir uma reflexão crítica acerca do tema. Foi possível observar que a visi- ta das crianças ao museu aguçou a curiosidade, a criatividade, além

RkJQdWJsaXNoZXIy NjI4Mzk=