4 Vou contar para vocês (desculpem o uso eventual da primei- ra pessoa nesse prefácio, mas é impossível falar do Garagem sem entrar no terreno fértil e úmido da egotrip) meu mo- mento mais marcante no Garagem Hermética, um momento que ainda hoje me vem à cabeça aparentemente sem motivo, como vêm à cabeça as coisas que importam. Era uma noite de quarta-feira de algum momento do ano de 1999, o maior ano da vida de quase todo mundo que conheço. Fazia frio. Chovia. Eu e a Gaby (amiga) sa- ímos bebaços de algum bar infecto da Cidade Baixa às 2h30 da manhã e por algum motivo (idade) decidimos que ainda não era suficiente e que, portanto, se fazia neces- sário ir ao Garagem. Era tarde, a noite era sombria, tinha aula cedo na Fabico na manhã seguinte, e não fazíamos a menor ideia do que estava rolando no bar, mas fomos. Pa- gamos alguma quantia irrisória para entrar e encontramos o interior do velho e combalido sobrado ocupado por oito ou dez mortos-vivos. Estava tocando uma banda cover de Smiths. Acho que era uma banda de Erechim. A gente se O MELHOR BAR QUE MUITA GENTE JÁ VIU por Daniel Galera

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